Foto de Rogério Madeira, 22.01.2007. “Certa manhã ao acordar, sentiu-se vazia. Olhou o azul céu e nada viu. Nada sentiu, nada encontrou. Imagens desfocadas por ela passaram, E seu melancólico corpo reagiu. Eram apenas retratos. Retratos de um ontem que já não existia. Partiu. Partiu em busca de algo que desconhecia. Numa ânsia desenfreada de ao limite chegar. Por momentos inspirou. Inspirou a leve brisa que até ela chegava. Escalou montes e desbravou montanhas, E no cimo, tocou no instante da magnitude. Na imponência do belo e infinitamente mágico. O vento gelado daquele Inverno, Fustigava-lhe a eloquência. E o fugaz silêncio derrotava-lhe as abismadas palavras. Mas os seus olhos encontraram a perfeição da conquista, O deslumbre do encantamento. Os seus dedos cravaram as pedras do real. Os seus pés pisaram o pulsar de uma vila. Uma vila abscôndita por muralhas avassaladoras. E no limiar do infinito, Entre o tímido céu e a longínqua terra do nunca, Os seus batimentos apressados revelaram-se o Não Sonho.”
tonsdeazul 04.Jun.2007
Sustenta o sustentável 🍀
Rogério
Geógrafo
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